Com a posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, ganhou corpo o temor da instalação definitiva do ‘império da mentira’ – uma condição referida por ele próprio como a ‘prevalência do direito de expressão’, que submete a verdade ou a realidade circundante à vontade das big-techs.
Foi nesta perspetiva que, antecipando os novos tempos de alienação social [traçados pelas big-techs], o oligarca Mark Zuckerberg anunciou o fim do sistema de checagem de fatos nas redes sociais controladas pela empresa Meta de sua propriedade, dando início a uma vigorosa onda de fakenews por todo o planeta (inclusive no Brasil, a campanha contra o pix).
Ainda ressabiado com o salseiro provocado pelas fakenews (especialmente na preparação do golpe de 2016, na renovação do golpe em 2018, na eleição de Jair Bolsonaro e nos preparativos do Oito de Janeiro), o governo brasileiro pediu explicações à Meta, a qual respondeu ‘qualquer coisa’, acendendo novos sinais de alerta.
Pois bem.
De um lado, decidido a disciplinar a tal ‘liberdade de expressão’, diferenciando-a da mentira ilegal e socialmente perigosa, o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou a ação no âmbito do Marco Civil da Internet, que trata sobre a responsabilização de plataformas por conteúdos publicados por terceiros e pode colocar freios nas big-techs e, de outro [lado], a Advocacia Geral da União (AGU) convocou uma audiência pública para juntamente com pesquisadores e técnicos discutir políticas de moderação de conteúdo das redes sociais.
Sintomaticamente, em comportamento desrespeito e articulado desde o exterior, todas as big-techs desdenharam o convite da AGU e faltaram à audiência pública.
Para um bom entendedor, a situação está muito clara: vem fogo grosso por ai.
Se não quiser ter problemas no futuro, o governo brasileiro (e todos os outros) precisam regulamentar o funcionamento das big-techs, caso contrário será regulamentado por elas…
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