Vivemos tempos malucos. Muito malucos.
Imagine que – ao tempo que, com o prósito anunciado de freiar a inflação, o Banco Central elevou a taxa selic a estonteantes 13,75% -, de sua parte, com objetivo nitidamente eleitoral, por estes dias de campanha, o governo Bolsonaro injetou na economia quase R$ 100 bilhões em benesses, mimos, incentivos, auxílios e subsídios.
Mesmo assim, em mais uma prova de que dinheiro no bolso do Povo não faz mal à economia, contrariando as teorias monetaristas, o governo informa que a inflação vem caindo. Isto, por si só, confirma o mundo de fantasias inventado para iludir o eleitorado brasileiro.
Na realidade, o discurso da campanha de Bolsonaro não corresponde à realidade econômica do País e, sem qualquer sombra de dúvida, cairá por terra após as eleições.
Aliás, de forma esparsa e não consolidada, desmoralizando os sorrisos cínicos de Paulo Guedes e de Bolsonaro, os dados do desastre econômico do governo Bolsonaro estão por aí, assustando os mais bem informados.
O Brasil voltou ao mapa da fome, com 33 milhões de famintos e 118 milhões de subnutridos. O total de desempregados, subempregados, desiludidos e desalentados nunca alcançou patamar tão elevado. Em parte, o sucesso relativo do agronegócio é fruto da desindustrialização do Brasil. O déficit habitacional atinge cerca de 8 milhões de famílias. A renda dos mais pobres nunca esteve tão baixa. O nível de negócios no mercado interno vem sendo mantido a duras penas pela liberação de empréstimos compulsórios e créditos (limitados) pertencentes aos aposentados, pensionistas e assalariados. O número de miseráveis vivendo da caridade alheia não para de crescer. O endividamento atingiu 79% do total de lares no país.
Neste final de governo todos dias os brasileiros são surpreendidos com informações de que, para honrar os compromissos com o orçamento secreto, Bolsonaro está contingenciando verbas estratégicas e fazendo cortes assustadores no Orçamento para 2023.
O número de dados sobre a real situação econômica é enorme e atinge todos os setores.
Nunca é demais lembrar que a validade das PEC’s eleitorais (ou PEC’s da compra de votos, como dizem os mais bem informados) expira após as eleições, em 31 de dezembro, abrindo caminho para o caos.
A realidade é que, pouco importando a ficção dita nos relatórios do governo, nos discursos de Bolsonaro ou nas frases papagueadas dos incautos, o fato é que, o regime econômico advindo do golpe de 2016 e aprofundado por Jair Bolsonaro trouxe o Brasil à beira do abismo.
Um cupinzeiro seria menos danoso.