Depois de hostilizar os principais parceiros internacionais (China e Brasil) e rechaçar a possibilidade de aderir ao BRICS, recusando a possibilidade de negociar o apoio do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) presidido por Dilma Rousseff em condições confortáveis, evocando razões ideológicas, o governo de Javier Milei anunciou a iminente chegada de uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Buenos Aires, a quem vai suplicar um empréstimo-ponte para pagamento dos juros e serviços das dividas já vencidas e rolagem do débito principal.
Os brasileiros sabem que o FMI nunca moveu uma palha para socorrer qualquer país necessitado.
Na realidade, aproveitando o desespero dos países endividados, o FMI acena juros módicos para eterniza-lós na vala do subdesenvolvimento através da imposição a eles das mais rigorosas politicas econômicas ortodoxas.
De fato, ao ‘socorrer’ os países que imploram a sua ajuda, na prática, o FMI assume as rédeas da sua economia – impondo-lhes metas de superávit e limites de inflação só alcançáveis mediante arrochos salariais extremos e cortes radicais nos investimentos sociais. Naturalmente, para alguém como Javier Milei – que se elegeu tendo uma motosserra como dístico e prometeu a extinção da moeda nacional, [extinção] do Banco Central, [extinção] dos ministérios afetos às áreas sociais e privatização de toda a economia nacional, incluindo os recursos naturais -, qualquer exigência apresentada pelo FMI será aceitável.
O mesmo não se pode dizer do povo argentino, o qual, embora tenha feito a pior das opções eleitorais, dificilmente aceitará pacificamente a carga de sofrimentos embutida na política ultra-liberal pensada por Javier Milei.
Ao contrário daquilo que pensa Javier Milei, embora o o tenha escolhido para presidir o país, o povo argentino não é masoquista e, cedo ou tarde, vai repudiar a política sádica proposta por ele.
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