Uma das teses mais caras aos liberais é o chamado ‘Estado mínimo’ – situação perfeitamente traduzida pela ausência de serviços públicos e gratuitos, na qual, por razões óbvias, só os ricos (aqueles que podem pagar) alcançam o suporte necessário a uma vida confortável e digna, sendo (o Estado mínimo) similar àquele verificado nas favelas e comunidades populares.
De forma aparentemente contraditória, todos os grandes conglomerados empresariais – todos, rigorosamente todos: FIAT, GM, Air Bus, Toyota, Nissan, Boeing, Toshiba, Rolls Royce, VW, Apple, Amazon, Alphabet, City Bank, Microsoft, Bank of China, Samsung, ExxonMobil, todos, literalmente todos – cresceram à sombra do Estado.
Isto não é estranho, pois aquilo que marca os homens que gostam de ganhar e acumular dinheiro é o Egoísmo e não o apreço por este ou aquele princípio politico, econômico ou, mesmo, moral.
Na realidade, embora o Capitalismo seja a expressão econômica do Liberalismo (uma corrente política e moral baseada na liberdade), o Liberalismo não é a expressão politica do Capitalismo (sistema econômico baseado na propriedade privada que visa o lucro e a riquezas).
Assim, não há qualquer estranheza em um capitalista recorrer ao Estado para garantir a conquista de benesses para os seus interesses.
Na realidade, o motivo que leva um capitalista se o opor ao socorro do governo aos pobres e miseráveis não é o apreço pelo ‘Estado mínimo’ e, sim o Egoísmo (pois queriam o dinheiro destinado à ajuda para si). É neste sentido que deve ser compreendida a solicitação da Federação das Indústrias no Rio Grande do Sul, que pediu R$ 100 bilhões ao governo federal para as suas filiadas se recuperarem da debacle advinda da tragédia ambiental.
Se fossem sinceros devotos do Estado mínimo, ao invés de socorro ao governo federal, os capitalistas gaúchos pensariam em pedir empréstimo à bancos privados.
Contradição e Egoísmo. Duas palavras que marcam o Liberalismo e o Capitalismo.
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