Os ricos não precisam dos sistemas públicos.
Como dispõem de recursos para pagar, seus filhos não dependem de estabelecimentos públicos, pois estudam nas melhores escolas privadas; em caso de necessidade não dependem do SUS e, nem mesmo dos ‘convênios’, pois podem recorrer aos melhores (e mais caros) médicos e hospitais; não precisam de sistemas públicos de segurança, pois podem contratar os melhores (e mais caros) serviços de vigilância e segurança.
Enfim, como podem pagar, os ricos podem comprar quaisquer bens disponíveis no mercado, dispensando, assim, a assistência pública disponibilizada pelo governo.
Não é à toa, portanto, que os ricos se sentem injustiçados por terem de pagar impostos.
Na realidade, pouco importando a opinião dos ricos, o Estado precisa garantir a oferta de serviços públicos para a população e, para isso, como regra geral precisa cobrar taxas e impostos, sendo justo que cobre (especialmente e principalmente) dos ricos.
Aliás, um sistema tributário será tanto mais justo quanto maior for a carga cobrada dos mais ricos (pouco importando se eles usam ou não os serviços públicos) e, em contrapartida inversamente recíproca, [será tanto mais justo quanto] menor for a carga cobrada dos mais pobres.
Assim, a crítica aplicável à questão dos impostos, não é a carga por eles representada [pelos impostos] na renda das pessoas, mas sim sobre a quem eles estão sendo cobrados (não têm sentido os pobres pagarem impostos) e, claro, sobre o volume e a qualidade dos serviços por eles [pelos impostos] custeados.
Em aspecto pouco observado pela lupa curta e egoista que costuma nortear o modo como costumam ver as coisas, ao reclamar da carga tributária que lhes é cobrada, raramente os ricos lembram do impulso econômico advindo dos impostos – seja pela aquisição de bens pelo Estado, seja pelo aumento do consumo das pessoas beneficiadas pela melhoria dos serviços públicos (ao desfrutar um serviço público, a pessoa deixa de pagar diretamente por ele e experimenta um aumento objetivo da renda).
Nesta perspectiva, ao invés de reclamar da carga tributária, as pessoas devem verificar quem os está pagando, como ele está sendo gasto e, finalmente, o volume e a qualidade dos serviços públicos por eles custeados.
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