A banda conservadora da sociedade brasileira é marcada por características que, para além da caretice escondida sob o jargão geral de ser ‘conservadora nos costumes’ e de tudo aquilo embutido na referência ‘direita burra’, alcança várias outras [características], incluindo a neofobia e os complexos de vira-latas, de capacho e de Nova York.
Acredite que, talvez por submissão intelectual, mau-caratismo, descompromisso com o País ou por simples ‘medo de ser feliz’, em graus variáveis de intensidade, as diversas bolhas que integram a banda direita do espectro conservador da sociedade costumam resistir e, mesmo, combater as iniciativas capazes de elevar o nível de desenvolvimento nacional, aí incluídos a capacidade econômica, a soberania e o bem-estar da população.
Por estes dias, em eloquente exemplo desta situação, atirando a partir de múltiplas trincheiras, assumindo claramente a condição de reacionária, conservadores de diversos matizes atacaram o governo Lula por decisões que objetivam impulsionar o esforço econômico do País.
Ontem, superando a virulência dos ataques por conta da retomada da construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, a Direita esbravejou contra a Nova Política Industrial (NPI) anunciada pelo Governo Lula – um largo programa desenvolvido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial durante o segundo semestre de 2023 com o objetivo de, até 2033, reverter a desindustrialização precoce do País através do estímulo do setor produtivo de forma sustentável, prevendo financiamentos de R$ 300 bilhões até o ano de 2026.
Palavras como ‘crescimento’, ‘desenvolvimento’, ‘soberania’, ‘bem-estar’, ‘industrialização’ soam como palavrões e parecem despertar os piores instintos na banda conservadora.
O jornal ‘O Estado de S. Paulo’, um dos principais porta-vozes da direitona caquética, por exemplo, disparou suas baterias contra a NPI, dizendo que o ‘Mercado’ vê nela a “reedição de políticas que não deram certo em mandatos petistas anteriores e sinalização de falta de responsabilidade com contas públicas”.
De sua parte, o pretendente ao inexistente trono de Imperador do Brasil, o deputado Luiz Phillipe de Orleans e Bragança, que representa uma das tribos mais reacionárias do País, referiu-se à NPI como “só mais um plano nacional conduzido por desqualificados que não sabem sequer equilibrar contas”.
É interessante apontar a contradição destes que, agora condenam a NPI, mas, outro dia, por ocasião da sanção de um projeto de estímulo à indústria de chips e semicondutores dos EUA no valor de US$ 280 bilhões, em comportamento típico de capachildo, aplaudiram o presidente norte-americano Joe Biden com entusiasmo.
Independentemente de qualquer outra observação, basta verificar a reação dos seguimentos conservadores e hostis ao desenvolvimento para se concluir pelo acerto da Nova Politica Industrial.
Que venha o progresso.
Estamos prontos para ele.
Leia mais em
www.alexandresanttos.com.br