A construção e manutenção das bolhas de desinformação nas quais são cevados os gados que dão sustentação à extrema-direita envolve um conjunto de ações complexas não necessariamente articuladas entre si, mas que concorrem para o objetivo de criar uma ambiência artificial de manipulação da opinião e [manipulação] da capacidade de avaliação crítica da realidade.
Neste processo, além da peneira que elimina informações sobre assuntos considerados ‘perigosos’ para a disciplina intelectual dos rebanhos e da rigorosa censura daquelas capazes de ‘abrir os olhos’ do gado, as notícias passam por filtros que, sem qualquer receio de descaracteriza-las totalmente, liberam apenas os fragmentos de interesse para a bolha.
Nesta perspectiva, a depender da posição que defendem ou da corrente a que estejam alinhados, conforme o caso, as pessoas têm a voz cerceada ou amplificada.
No interior das bolhas de desinformação, não há espaço para perguntas ou, na visada inversa, respostas constrangedoras aos líderes conservadores e reacionários.
No interior das bolhas, por exemplo, sem saber qual foi a pergunta constrangedora que lhe foi feita, o gado só ouviu a resposta ‘brilhante e eloquente’ do ministro bolsonarista Ônix Lorenzoni. De mesma forma, sem ouvir a resposta humilhante que lhe foi dada pelo ministro Flávio Dino, o gado só ouviu a pergunta agressiva feita pelo deputado bolsonarista André Fernandes.
Por isso e muito mais, a vida na bolha é marcada pela irrealidade.
Não é sem razão que, nos termos da versões correntes nas bolhas, os bolsonaristas estão convencidos de que, tão logo sejam anistiados, os presidiotários atualmente recolhidos aos complexos penais da Papuda e da Colmeia, no Distrito Federal, passarão a receber uma pensão mensal à título de indenização.
Nas bolhas não há realidade. Só a vontade dos mentores da extrema-direita.
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