O liberalismo se baseia em palavras doces, entre as quais se destacam Liberdade e Democracia.
Na realidade, para se sustentar, os liberais precisam manipular estes conceitos, dando-lhes feições que refletem os interesses das elites e iludem o populacho ou a plebe rude (é assim que os mentores liberais se referem aos pobres).
Em alguns círculos, o processo de manipulação dos conceitos significa a manipulação da palavra e tem o objetivo de modular a opinião pública segundo o interesse do manipulador (vale dizer que, como as técnicas são conhecidas, a manipulação da Palavra pode ser feita por qualquer grupo poderoso).
Veja, por exemplo, que, embora excluam a participação popular, as modernas formas de Aristocracia são referidas como ‘democracias representativas’.
A manipulação da palavra e dos conceitos tem um número extenso de exemplos.
Observe que, embora tenham os mesmos títulos, enquanto se refere a Joe Biden como ‘presidente’, a mídia dita democrática chama Miguel Díaz-Canel de ‘líder comunista’.
Muitas vezes sem ser notada, a manipulação da palavra ocorre no dia-a-dia, especialmente porque a forma de apresentar uma notícia pode insuflar a opinião pública nesta ou naquela direção.
Nestes dias, por exemplo, referindo-se a apuração do Datafolha mostrando 71% dos entrevistados satisfeitos com o governo, achando que Lula fez o esperado ou mais do que suas expectativas, a mídia ligada à extrema-direita informa que “1 em cada 4 eleitores de Lula acha que ele fez menos do que o esperado”. Embora se refiram a mesma notícia, as duas formas despertam sentimentos diferentes.
Na realidade, como não tem qualquer proposta concreta para socorrer a pobreza e os pobres formam a maioria do eleitorado, para manter o poder as elites precisam manipular os conceitos, os processos eleitorais e a opinião pública.
Não há a mais remota possibilidade de as elites conservadoras e reacionárias alcançarem e manterem o poder se não contarem com esquemas de manipulação capazes de fraudar a vontade livre da maioria das populações.
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