Entre os atributos necessários àqueles que desejam governar se destaca a Empatia – capacidade de sentir aquilo que uma outra pessoa sente (caso ela estivesse na mesma situação vivenciada pela outra).
Quando um governante não consegue se imaginar no lugar dos governados, não exercita a Empatia e, por isso, não tem ideia da situação vivida por eles.
É o caso de Jair Bolsonaro, cujo comportamento em certos casos – como, por exemplo, mostrou nos momentos mais graves da pandemia de coronavírus-, mais do que incompetência, caracterizou perversidade. Será que, ao desidratar o programa ‘Farmácia Popular’, Bolsonaro pensou na situação dos pobres, cuja renda não lhes permite comprar remédios? Será que, ao sabotar os programas de habitação, Bolsonaro pensou na situação daqueles que não têm casa para morar?
Por estes dias, talvez com o propósito de despertar uma onda de solidariedade ao pai, o filho nº 2, Carlos Bolsonaro distribuiu fotografias da perna do velho Jair carcomida por uma voraz erisipela.
Ao contrário do efeito desejado, no entanto, ao invés de pena, as pessoas experimentaram a sensação de estarem sendo vingadas pela doença que consome o presidente. ‘Ele merece’, comemoraram umas; ‘E daí? Eu não sou enfermeiro’ disseram outras em paródia ao descaso de Bolsonaro com os mortos da covid (‘E daí? Eu não sou coveiro’).
De alguma forma, a reação das pessoas diante dos males vivido por Jair Bolsonaro lembra o desfecho da história infantil (politicamente incorreta, diga-se de passagem) na qual, em resposta à bruxa malvada que lhes pedia água, em vingança de antigas malvadezas por ela cometidas, as crianças respondiam ‘azeite, senhora bruxa’. Um provérbio popular (sobre o qual não vou emitir juízo de valor),
Aqui se faz, aqui se paga.