Por presunção, irresponsabilidade ou sensação de inimputabilidade (em parte decorrente do ‘apoio incondicional’ recebido dos Estados Unidos, o governo de Benjamim Netanyahu vem colocando a Humanidade e a segurança mundial permanentemente à prova.
Com efeito, desde outubro, na sequência de um ataque do Hamas, violando todas os mandamentos de Deus, [violando] todas as regras internacionais e [violando] decisões do conselho de segurança da ONU, sem que tenha sofrido qualquer reprimenda ou retaliação consistente, como se brincassem de tiro-ao-alvo num pinball, as Forças de Defesa de Israel vêm cometendo genocídio contra a população palestina na Faixa de Gaza, sem poupar velhos, mulheres, gestantes, crianças e bebês de colo.
Sem contentar-se com o sangue e sofrimento provocado nos palestinos, o governo de Israel começou a afrontar os vizinhos, fazendo ameaças e, mesmo, pequenos ataques, numa espiral de violência que culminou com o bombardeio do consulado do Irã na Síria em 1º de abril, quando assassinou o comandante da Guarda Revolucionária Mohammad Reza Zahedi.
Na ocasião, o governo do Irã avisou que aquela agressão não ficaria impune.
Pois bem. Cumprindo o prometido, no finalzinho da tarde deste 13 de abril, o Irã disparou mais de 200 drones e mísseis (de cruzeiro e balísticos) contra o território israelense.
Ao final do ataque, apresentando justificativa jurídica para o ataque (conduzido com base no Artigo 51 da Carta das Nações Unidas relativo à defesa legítima) e deixando claro que o ‘conflito entre o Irã e o regime israelense desonesto, do qual os Estados Unidos devem ficar longe’, o governo de Teerã distribuiu nota explicando que “a ação militar do Irã foi em resposta à agressão do regime sionista contra as nossas instalações diplomáticas em Damasco”, acrescentando que “o assunto pode ser considerado concluído” e, finalmente, advertindo que, “se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa”.
Embora curta, a nota do governo iraniano disse tudo, deixando claro que, só voltará a recorrer às armas se Israel voltar a ‘cometer outro erro’.
Ao que parece, sem medir as consequências, o governo de Israel está disposto a ‘cometer outro erro’.
De fato – ao tempo que, sem citar o ataque de Israel ao consulado iraniano em Damasco, cumprindo um script já esperado, os tradicionais aliados do governo de Benjamim Netanyahu soltavam notas condenando o lançamento de drones e mísseis pelo Irã -, contando com o apoio da Casa Branca, cuja nota renova ‘o apoio irrestrito dos Estados Unidos ao povo de Israel e sua defesa contra ameaças do Irã’, prometendo uma ‘resposta dura’, o governo de Israel autorizou o chamado Gabinete de guerra a tomar decisões sem a necessidade de qualquer aprovação prévia.
As cartas estão postas e, sinceramente, o mundo espera que Israel não ‘cometa outro erro’, pois pode arrastar o mundo para uma nova guerra mundial.
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