A despeito da ‘liberdade de expressão’ que defende para os detratores da Democracia e [que defende] para si próprio nas acusações infundadas que faz aos outros, Jair Bolsonaro não admite ser alvo da ‘liberdade de expressão’ alheia – um comportamento contraditório típico das pessoas autoritárias.
Para cercear a ‘liberdade de expressão’ dos adversários, Bolsonaro recorre a diversos modos de manipulação, inclusive à velha técnica usada pelos arrogantes: a censura, com a pura e simples proibição de menção a certos assuntos – forma preferida dos líderes autoritários (que acham mais civilizado mandar calar do que mandar matar aqueles que o desagradam).
Se pudesse, Bolsonaro proibiria as redações de qualquer alusão às suas besteiras ou ao jeito-Bolsonaro-de-ser.
Agora, por exemplo, através do seu partido político, Bolsonaro quer processar aqueles que a ele se refiram como ‘genocida’. Pouco importa os processos em curso no Tribunal Penal Internacional, acusando-o do genocídio de populações indígenas, ou as conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito que o responsabiliza por grande parte das mortes advindas da pandemia no Brasil. Bolsonaro não admite ser referido como ‘genocida’ e pronto!
Pior.
Além que querer proibir referências ao assunto, Bolsonaro desdenha aqueles que o investigam, como fez em visita ao Conselho Federal de Medicina, quando ironizou a cúpula da CPI do Genocídio e, ainda, insistiu no uso de medicamentos sem eficácia contra a Covid.
De qualquer forma, independentemente de as pessoas poderem ou não se referir ao presidente Bolsonaro como ‘genocida’, as provas coletadas pela CPI do Genocídio e em poder do TPI confirmam a sua natureza, dando-nos a certeza de que, em pouco tempo, ele poderá ser chamado de Genocida na forma da lei.