Sobre os bancos já foram ditas muitas coisas. Para Lênin, por exemplo, ‘crime mais grave do que assaltar um banco é abrir um banco’. Para um velho amigo banqueiro, pessoalmente muito sério e honesto (que, infelizmente, não está mais entre nós), ‘um banco jamais dá prejuízo e é o melhor negócio de todos’.
Uma coisa é certa: além de dedicarem as vidas ao ganhar dinheiro (pouco importa como), os banqueiros são arquimilionários não porque percebem para onde sopram os ventos, mas porque [eles] sopram os ventos.
Os banqueiros sabem como controlar até situações aparentemente incontroláveis.
Imagine que, agora, depois de terem expurgado o governo da gestão do Banco Central (que ganhou ‘autonomia’ neste governo Bolsonaro), assumindo o pleno controle da moeda brasileira, os banqueiros conseguiram um jeito de se assenhorar do dinheiro injetado na Economia através dos programas assistenciais aos necessitados.
De fato, ao invés de protestarem publicamente contra a decisão do governo Bolsonaro de irrigar o bolso dos pobres e miseráveis com R$ 41,5 bilhões neste período eleitoral – anulando parte do esforço monetarista do Banco Central de controlar a inflação pela redução da liquidez do mercado (ontem, o BC elevou a taxa Selic de 13,25% para 13,75%) -, os banqueiros o fizeram aprovar uma lei que lhes permitirá sugar esta dinheirama do bolso dos necessitados.
Para quem não prestou atenção, ontem, o presidente Jair Bolsonaro sancionou lei que permite a concessão de empréstimos consignados (a juros estratosféricos) às pessoas beneficiadas pelo auxílio Brasil, abrindo o caminho por onde se dará a extorsão. No fundo, além de comprovar a sua irresponsabilidade social, esta medida indica a quem o governo Bolsonaro deve obediência.
De qualquer modo, por tudo o que fazem, os banqueiros dão razão à Lênin e ao meu saudoso amigo.