Com o nítido objetivo de destacar os valores envolvidos, com algum estardalhaço, a mídia anunciou que recentemente o governo gastou R$ 196 mil na aquisição de móveis para o Palácio da Alvorada, a residência oficial do presidente da república.
De pronto, vale dizer que não há nada de estranho nisso.
Atente que, assim como ocorre com os móveis que servem a realeza britânica no Palácio de Buckingham, os móveis que servem à família presidencial do Brasil também devem ser da melhor qualidade e, portanto, devem ser caros.
A questão não é o preço dos móveis, mas, sim, o porque eles precisaram ser comprados.
A verdade – uma verdade que, diga-se de passagem, precisa ser investigada, esclarecida e, se for o caso, convertida em ação penal – (a verdade) é que, além de tratar o imóvel com desrespeito enquanto o ocupou, entregando-o às traças e até permitindo o mau trato das emas e assassinato das carpas imperiais pela então primeira-dama Michelle para o roubo das moedas jogadas pelos turistas no lago frontal, ao deixar o Palácio da Alvorada, Jair Bolsonaro roubou 261 móveis (segundo a Curadoria das residências oficiais, 83 móveis ainda não foram localizados), deixando os restantes em péssimo estado de manutenção.
Despreparado para o cargo que ocupou durante quatro anos, Jair Bolsonaro confundiu o público com privado e, talvez pensando que as coisas da presidência lhe pertenciam, fez com os móveis do Palácio da Alvorada aquilo que tentou fazer com as joias presenteadas pela Arábia Saudita.
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