Ao engenheiro Francis Bogossian
MD Presidente da Academia Nacional de Engenharia e presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Politicos (IBEP).
Caríssimo Francis
Como vimos conversando nestes últimos anos, depois que Aécio Neves recusou-se a aceitar o resultado das eleições de 2014 e, contando com a cumplicidade de golpistas, o Brasil entrou em progressiva crise econômica e social, aprofundada pelas opções políticas do governo de Michel Temer e que, por razões semelhantes, vem se alastrando de forma descontrolada no governo de Jair Bolsonaro.
Ao contrário do sentimento truculento dos mentores e agentes do golpe de 2016 (e dos episódios que o renovaram em 2017), a nossa natureza democrática recomenda operar a reorientação do governo brasileiro através das próximas eleições e é o que faremos com a derrota do modelo ultraliberal aplicado pelo ministro Paulo Guedes.
Acontece que nem tudo pode esperar.
Nos dias correntes, talvez acossado pela perspectiva da derrota eleitoral, ao tempo que pensa alternativas para permanecer no poder, o governo Bolsonaro decidiu radicalizar o programa de desestatização que vem dilapidando o patrimônio público nacional e, além de providências para privatizar a Eletrobrás, anunciou a intenção de privatizar a Petrobrás – medidas que representariam, não só grande prejuízo financeiro, mas, também, desfalcaria o governo brasileiro de instrumentos estratégicos do crescimento econômico.
Por tudo isso, proponho a formação de um grande arco de entidades preocupadas com os destinos do País para manifestar à sociedade o nosso repúdio à forma como o governo Bolsonaro vem conduzindo o programa de desestatização, especialmente nestes últimos meses de administração.
Atenciosamente,
Alexandre Santos – presidente do Clube de Engenharia de Pernambuco