Quando vejo alguém que viveu os tempos de Ouro nos quais Lula presidiu o Brasil dizer-se eleitor de Bolsonaro, me pergunto a razão de tamanho disparate.
Vale dizer que, ao final do seu governo Lula tinha 87% de aprovação. Será que aqueles que hoje se dizem ‘Bolsonaro’, estavam entre os minguados 13% de descontentes? Acho que não.
Quando perguntamos aos empresários bolsonaristas se, hoje, vendem ou ganham mais do que nos tempos de Lula, a resposta é um silêncio constrangido. Coisa parecida acontece quando perguntamos sobre a renda dos assalariados. O fato é que, sem exceção, todos (rigorosamente todos) viviam melhor nos tempos de Lula.
Então por que, mesmo assim, numa disputa com Lula, o despreparado, o grosseiro, o insensível, o incompetente, o desonesto, o negacionista e o maníaco Jair Bolsonaro ainda consegue mais de 30% de preferências?
Embora, um dia, este assunto vá merecer muitas teses de mestrado e doutorado nos cursos de sociologia e de psicologia, me arrisco a opinar que muitos preferem Bolsonaro por puro e simples medo de ser feliz ou, na visada inversa, por gosto pelo sofrimento.
É o caso dos masoquistas e d’outros doentes mentais. É o caso, também, dos desinformados, os quais, por viverem em ambientes controlados, não têm opinião própria e se limitam a replicar a vontade dos seus ‘donos’.
Neste caso, se enquadram as multidões evangélicas entregues à vontade dos aboiadores que as controlam e manipulam. Se enquadram, também, aqueles de miolo mole e, que por absoluta deficiência cognitiva, não conseguem associar as coisas, muito menos fazer comparações.
Evidentemente, existem bolsonaristas por convicção. Aqueles orientados pelo egoísmo e pelas diversas formas de preconceitos (que preferem as situações marcadas pela concentração de rendas e pelo appartaid social e econômico).
Respeito a todos, mas, excluídos os casos motivados pela convicção, não compreendo como pessoas inteligentes possam ser iludidas com tanta facilidade.
Embora estejamos vivendo tempos estranhos, nos quais há espaço para as ‘esquisitices’, inclusive para aquelas capazes de causar mal às coletividades, temos razões para crer no despertar dos bons, dos inteligentes, dos bem intencionados.
De qualquer forma, uma coisa é certa: ao final, o bem prevalecerá e o Brasil poderá retomar o caminho da prosperidade, da alegria, do crescimento econômico e da paz, da justiça e do desenvolvimento social.