Jair Bolsonaro vive fazendo tolices. Uma das mais recentes ocorreu neste fim de semana, quando, com alguns dos seus ministros, foi ao hotel Fasano Boa Vista, no interior de São Paulo, onde o bilionário Elon Musk se dignou recebe-lo em audiência.
De imediato, saltou aos olhos o incorrigível complexo-de-vira-latas que anima Bolsonaro, fazendo-o balançar o rabo sempre que está diante de alguém poderoso. De fato, ante a possibilidade de lamber as botas de um arquimilionário, com fortuna estimada em US$ 220 bilhões, Bolsonaro sequer lembrou que a etiqueta recomendava o uso do Palácio do Planalto como palco da conversa e, com metade do ministério, foi ao lugar determinado pelo dono da SpaceX; da Tesla, da OpenAI, da Neuralink; da SolarCity e de mais um punhado da grandes empresas, algumas das quais ligadas à CIA e à NASA.
Além da medalha de honra concedida pelo presidente e pelo ministro da Defesa ao ricaço ‘pelos valiosos serviços prestados ao Brasil’ (que ninguém sabe quais são) e das vergonhosas demonstrações de submissão (inspirado na frase dita há tempos por Bolsonaro à Donald Trump, o ministro Fábio Faria lacrimejou ao dizer “Elon, I love you”), pouco se sabe do encontro.
Sabe-se apenas que Bolsonaro disse todos os SIM’s desejados por Elon Musk, que (de forma semelhante aos norte-americanos que propuseram o projeto SIVAM nos tempos de FHC) propôs o uso do sistema da sua empresa Starlink para o monitoramento da floresta amazônica e atendimento da escolas localizadas em áreas rurais. Segundo Bolsonaro (cuja palavra vale muito pouco), “Entre outros assuntos, trataram de conectividade, investimentos, inovação e o uso da tecnologia como reforço na proteção de nossa Amazônia e na realização do potencial econômico do Brasil”.
Ou seja, como sabemos da aversão de Bolsonaro pela tecnologia e do seu descaso para com a preservação ambiental e funcionamento da escolas, no encontro tratou-se da entrega do patrimônio público em mais um lance da desestatização em curso no País.
Ainda bem que o desgoverno de Jair Bolsonaro está no fim.
Leia mais em www.alexandresanttos.com.br/wp