Tem gente que prefere não acreditar, mas a história está pontilhada de exemplos de que, por um macaquismo qualquer, quando o cachorro-alfa rosna, a matilha se anima e a cachorrada rosna também.
Visto por outro prisma, este fenômeno social indica haver uma tendência natural de os liderados seguirem o exemplo do líder.
Neste caso, o liderado vive não apenas a sensação de realização associada à subserviência, mas também, [a sensação] de liberdade/impunidade própria das guerras santas – quando, devidamente autorizados pelo líder, os pecados são previamente perdoados.
É isso que ocorre com a manada que segue Jair Bolsonaro – um líder que parece se orgulhar do mau-exemplo dado aos seus liderados.
Quantos assassinatos foram cometidos por bolsonaristas estimulados pelo gesto de ‘metralhar esquerdistas’ feito por Bolsonaro?
Não se sabe o número exato, mas, com certeza, foram muitos.
Para quem não acredita nesta afirmativa, observe a atitude troglodita adotada nesta madrugada, ao final do debate promovido pela TV Cultura entre candidatos ao governo do estado de São Paulo, pelo deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia que, tal como fez Jair Bolsonaro no debate na TV Band entre os presidenciáveis, também agrediu a jornalista Vera Magalhães, colunista do jornal O Globo, comentarista da rádio CBN e apresentadora do programa Roda Viva, da TV Cultura.
Se, em plena campanha eleitoral, copiando o líder, um político não titubeia em agredir publicamente uma mulher e jornalista, o que não será capaz de fazer nos outros momentos?
De qualquer forma, vale destacar que, mais perigosos do que os cachorros-lacaios são os cachorros-alfa sem qualquer formação civilizatória.
Cuidado com eles.