‘Protocolo Hannibal’ é o nome do procedimento usado pelas Forças de Defesa de Israel para evitar que seus soldados sejam capturados por inimigos.
Pode parecer cruel, mas o procedimento, adotado desde 1986, ainda nos tempos de Shimon Peres, consiste, pura e simplesmente, no abate dos israelenses que estejam prestes a serem capturados pelos inimigos.
A lógica da conduta leva em consideração aspectos de inteligência, pois reduz a possibilidade de vazamento de informações (mortos não falam), e elimina a possibilidade de o inimigo usar israelenses capturados como argumento de negociação (‘um israelense morto é melhor que um refém vivo’, resume a doutrina).
Pois bem.
Em entrevista concedida ao Channel 12 e ao Yedioth Ahronoth em 06 de fevereiro de 2025, o ex-ministro da Defesa de Israel Yoav Gallant admitiu que, por muitas vezes na guerra em andamento no Oriente Médio, o exército israelense adotou o Protocolo Hannibal, causando a morte de muitos israelenses em poder do Hamas.
Ele se referiu, especialmente, ao início da invasão terrestre de Gaza em 27 de outubro, quando, mesmo sabendo que a operação causaria a morte de reféns, [ele] determinou o avanço das Forças de Defesa de Israel. Lembrando o Massacre de Béziers – que, em 1209, dando início à Santa Inquisição, redundou no massacre de 20.000 cátaros na cidade de Béziers, no sul da França (na ocasião, respondendo a pergunta de Simão de Montfort – abade Arnaud Amalric, também conhecido como barão de Amury e, depois, consagrado à condição de santo – [a pergunta] sobre quem ele deveria matar, o Papa Inocêncio III respondeu: “Mate a todos, pois Deus saberá acolher os Seus”) -, o ministro Yoav Gallant desconsiderou a presença de israelenses entre os palestinos: “Mate os prisioneiros junto com seus captores”.
De fato, não sem razão, os relatórios das Forças de Defesa de Israel obtidos pelo jornal Haaretz comprovam que o Protocolo Hannibal foi largamente usado após o 07 de outubro, transformando o sul da Palestina ocupada em uma “zona de extermínio”.
Aliás, em novembro de 2023, os meios de comunicação israelenses revelaram que, durante a durante a operação ‘Tempestade de Al-Aqsa’ (ofensiva relâmpago da resistência palestina), nos termos do Protocolo Hannibal, o exército israelense havia massacrado seu próprio povo.
O uso do Protocolo Hannibal desmoraliza o discurso do governo de Israel, pois, na ânsia de provocar morte e sofrimento na população palestina, não respeita sequer os seus.
Vai chegar o dia no qual a história vai constatar o Holocausto da população palestina pelas Forças de Defesa de Israel e revelar que, junto das perversidades comandas por Benjamin Netanyahu e seus antecessores, Adolf Hitler foi um simples ‘aprendiz de demônio’.
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