O cara quer tudo certinho e planejado, quer que o filho estude em escola pública de qualidade, gostaria de não pagar o plano de saúde e só o faz porque o sistema público não é bom, usa o automóvel porque o serviço de ônibus e de metrô é péssimo, gostaria de ter o salário aumentado, acha que os bancos estão ‘roubando’ o seu dinheiro, enfim quer receber serviços públicos melhores e se acha explorado pelos ‘donos do dinheiro’.
Ele pensa tudo isso, mas na hora de conversar política, talvez por não entender do assunto ou por um gatilho psicológico qualquer, estufa o peito e desanda a falar mal da esquerda.
Chega a ser divertido ver a pessoa passar todo o tempo elogiando o suporte social dado pelos países europeus às pessoas, dizer ‘se eu puder, vou embora do Brasil’ e, na mesma conversa, falar mal da esquerda e se dizer de ‘direita’.
Os mais experientes atribuem este fenômeno ao preconceito (‘eles acham que ‘esquerdismo’ é coisa de pobre’) e à ignorância. Sei lá. O fato é que, concretamente, existe muita gente que se diz de direita, mas, sem saber, é de esquerda.
Recente levantamento feito pelo DataFolha revelou que 29% do eleitores de Jair Bolsonaro são de esquerda. Imagine o drama vivido pelo Capetão. Ele precisa torcer para que estas pessoas não se descubram antes da eleição e transfiram o voto para Lula,.