Ontem, em pleito surpreendente calmo (em relação às expectativas estimuladas pelo discurso golpista do presidente Jair Bolsonaro), os brasileiros elegeram governadores, deputados estaduais, deputados federais, 1/3 dos senadores e decidiram adiar para um segundo turno a eleição do presidente da república.
O resultado das eleições não foi bom: dando guarida à campanha de fakenews e às medidas para compra de votos levadas adiante pelo governo Bolsonaro (que só valem até 31 de dezembro), o eleitorado brasileiro preferiu eleger despreparados e bandidos (como Damares Alves, Ricardo Sales, Sérgio Moro, Deltan Dalallagnol, Marcos Pontes e outros da mesma laia), deixando de fora candidatos de alto gabarito, como, por exemplo, o engenheiro Fernando Ferro.
Além dos conhecidos despreparo político e falta de memória do eleitor brasileiro, outros fatores, especialmente vinculados ao descaminho dado por líderes podres foram responsáveis pelo desastre.
De qualquer forma, vale registrar que o pleito de 02 de outubro deu a Ciro Gomes uma expressiva ‘vitória de Pirro’, pois, conforme intenção revelada deste cedo, com os 3.599.196 votos que obteve (correspondentes a 3% dos votos válidos), ele negou a Lula os votos necessários para a vitória no primeiro turno. Lula recebeu 57.257.473 votos 48,4%), faltando-lhe 429.431 votos (1,6%) para alcançar a maioria absoluta e, assim, dispensar o segundo turno para decidir a eleição.
Ciro Gomes conseguiu seu intento, mas, se foi vencedor neste quesito, também foi um grande derrotado, pois, abandonado por parte do eleitorado que viu o risco de levar as eleições presidenciais para o segundo turno, teve menos votos do que a ‘novata’ Simone Tebet, que obteve 4.915.288 votos (4,2%), ficando na terceira posição da corrida presidencial.
Vai Ciro. Segue para Paris com tua vitória de Pirro e deixe que, aqui, os brasileiros conscientes gravidade do momento vão lutar para livrar o País da desgraça instalada no Palácio do Planalto pela sua irresponsabilidade.