Ninguém passa a ser melhor ou pior por ser ‘de esquerda’ ou ‘de direita’ (naturalmente, como indicador geral de traços da personalidade, sabe-se que, enquanto as pessoas ‘de esquerda’ são orientadas pela solidariedade, as pessoas ‘de direita’ são marcadas pelo egoísmo. Mas, isso é outra história).
Uma pessoa ‘de direita’ (assim como uma pessoa ‘de esquerda’) pode ser gente-boa ou alma-sebosa. Não é a opção política que define o jeito-de-ser das pessoas.
Mesmo pensando assim, a cada dia que passa, conhecendo melhor a forma de priorizar assuntos e a forma de agir do presidente Jair Bolsonaro, eu começo a desconfiar da índole dos bolsonaristas.
Como alguém de boa índole pode gostar, admirar e endeusar um cara que usa a mentira como método regular de trabalho; [que] estimula a violência; [que] defende o armamentismo; [que] apoia a tortura; [que] procura fortalecer os ricos e não move uma palha em defesa dos pobres, entregando-os à própria sorte; [que] desdenha a importância da preservação do meio ambiente; [que] prefere a ignorância ao conhecimento; [que] tem ódio pela cultura e pela arte; [que] nega a importância da ciência e, por conta disso, contribuiu para grande parte das mortes provocadas pela Covid; [que] usa o nome de Deus para respaldar suas malvadezas; [que] cultiva e apoia o preconceito; [que] não respeita as mulheres; [que] alimenta o ódio entre brasileiros; enfim [que] parece não pertencer à humanidade?
Sinceramente, acho que pessoas de boa índole não podem gostar de alguém desta natureza, a não ser que estejam iludidas pela desinformação plantada pelos seus asseclas.
Aliás, acredito que, um dia, quando lembrarem de quando gostavam e apoiavam Jair Bolsonaro, as pessoas de bem vão ‘morrer de vergonha’ e, de alguma forma, vão tentar apagar isto da memória.