Semana passada, em 21/06/2022, depois de pilhado usufruindo sinecura de 5º escalão no Gabinete de Segurança Institucional, o general general Eduardo Villas Boas foi demitido de um cargo de aspone do general-ministro Augusto Heleno.
A presença de um general de quatro estrelas (da reserva remunerada e inválido pela ‘esclerose lateral amiotrófica (ELA)’ em estágio avançado) numa aspone por conta da gratificação de pouco mais de R$ 13 mil por si só já é um escândalo e diz muito do governo Bolsonaro: a farra dos generais, que se locupletam com migalhas do serviço público.
Mas, o episódio é muito mais grave, especialmente pelo simbolismo que encerra.
Para quem não lembra, o tal general Eduardo Villas Boas era o comandante do Exército no governo do usurpador Michel Temer e foi ele que, em 02/04/2018, através de um célebre Twitter, pressionou o Supremo Tribunal Federal a embarcar no Lawfare que tornou Lula inelegível, renovando o golpe de 2016 e jogando o Brasil no lamaçal que vivemos hoje.
“Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?” perguntou o general golpista na ocasião.
Hoje, passados apenas quatro anos, ao ver Eduardo Villas Boas, mesmo doente, mendigar uma ‘oia’ de R$ 13 mil, confirmamos a má intenção dos golpistas, que, em momento algum, se preocuparam com o País.
Não sou de acreditar na chamada ‘Lei do Retorno’, mas, quando vejo Eduardo Villas Boas preso a uma cadeira de rodas, sem conseguir sequer fazer a própria higiene ou, mesmo, respirar por conta própria, adquiro mais argumentos para dizer que o crime não compensa.