Desde a eleição (a qual, diga-se de passagem, só venceu porque a renovação do golpe de 2016 alijou Lula do páreo), motivado pela índole facciosa, Bolsonaro decidiu só governar para ‘os dele’.
Este foi o sentido do discurso da vitória, quando prometeu ‘varrer os vermelhos’ da vida pública do País. Este foi o sentido da frase ‘dirijam seus pedidos à Curitiba’ dita aos governadores nordestinos que o procuravam no Palácio do Planalto, numa alusão a Lula, então recolhido a uma masmorra da Polícia Federal, naquela cidade.
Esta foi a razão da brutal concentração de renda produzida pelo seu governo, que fez ricos ficarem mais ricos e pobres se tornarem miseráveis, sem casa para morar e pão para comer. Esta foi a razão de os estados do Nordeste precisarem formar um consórcio para enfrentar seus problemas.
Agora, diante do processo eleitoral, disposto a renovar o mandato, de forma atabalhoada, Bolsonaro desdenha a inteligência e a sensibilidade dos brasileiros e, através de PEC’s eleitorais e da adoção de comportamento nitidamente artificial, tenta se mostrar humano e estar preocupado ‘com todos os brasileiros’.
A manobra, conforme indicam todas as pesquisas de intenção de voto, não está dando certo.
Na mais recente, o IPEC apontou Lula com 47%; Jair Bolsonaro com 31%; Ciro Gomes com 7% e Simone Tebet com 5% das intenções de votos – um cenário de que Lula vencerá as eleições no primeiro turno.
Mesmo assim, como se estivesse fora da realidade (pelo menos, da realidade tal como a vemos e conhecemos), induzindo a turma do Capetão a repetir suas palavras, Bolsonaro vem dizendo por toda a parte que, ele sim, vencerá as eleições no primeiro turno e com 60% dos votos.
Bolsonaro vai mais adiante e diz que ‘qualquer resultado diferente indicará a existência de fraude’. Por que, sabendo que a realidade é outra, Bolsonaro insiste nesta basófia?
Uns dizem que, agindo assim, Bolsonaro pretende criar o clima necessário ao eventual golpe de Estado (opção considerada por muitos como a única forma de ele se manter no poder).
Outros, no entanto, dizem que a afirmação é pura paranoia e indica que 60% se refere ao percentual de votos que Bolsonaro alcançaria se a eleição fosse restrita apenas àqueles para os quais ele governou.
Qualquer que seja a motivação de Bolsonaro, o Brasil torce para que o tempo passe rápido e o dia 1º de janeiro de 2023 chegue para o país voltar a sonhar com dias melhores para todos.