Outro dia, em algum trecho do voto que proferiu negando a existência de um poder moderador no Brasil conforme queriam os golpistas ao propor uma ‘intervenção militar constitucional’, o ministro Flávio Dino foi ao ponto central da questão e disse que as Forças Armadas têm caráter ‘subalterno’.
O uso da palavra ‘subalterno’ provocou urticárias em golpistas, especialmente naqueles que desconhecem o vernáculo.
Com efeito, se contrapondo à maioria que compreendeu perfeitamente aquilo dito pelo ministro, uma minoria iletrada considerou o adjetivo ‘subalterno’ ofensivo às Forças Armadas e começou a fazer confusão.
O general de pijamas Paulo Chagas, por exemplo, que nunca leu um livro completo em toda a vida, achando que ‘subalterno’ é ‘coisa de segunda categoria’, interpretou o texto do ministro como provocação aos generais.
Na realidade, como ocorre com muita frequência com ele, o general Paulo Chagas não conseguiu entender aquilo que leu e, como consequência, disse um montão de asneiras. Como sabem as pessoas que estudaram português, Subalterno é “um adjetivo substantivo masculino referente àquele que está sob as ordens de outro, que é subordinado ou inferior a outro em graduação ou autoridade’.
Esta é exatamente a condição na qual se encontram as forças armadas, que são subordinadas ao ministério da Defesa, que, por sua vez, é subordinado ao presidente da República.
Naturalmente, isto não traduz o pensamento dos golpistas, para os quais as Forças Armadas, mais precisamente o Exército, estão no topo da hierarquia política do País.
Sonha, bestão, sonha.
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