Por tudo o que vem fazendo, especialmente nestes últimos dias de campanha, está evidente a indisposição de Jair Bolsonaro aceitar a provável derrota nas eleições de 30 de outubro.
Embora aparentemente tenha abandonado a ridícula tese da fragilidade das urnas eletrônicas, em sua cabeça atormentada, Bolsonaro insiste que é vítima de um ‘complô esquerdista’ (que inclui tudo e todos que não votam nele, incluindo os institutos de pesquisa – que investigam a vontade do eleitor -, o Papa Francisco – que recomendou o povo brasileiro a ‘se livrar do ódio’ – e, até o jornal norte-americano The New York Times – que anunciou apoio a Lula) e lutará até as últimas consequências…
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Agora, a questão é saber o limite destas tais ‘últimas consequências’.
Os mais bem informados dizem que, diante da falta de apoio internacional, militar e popular, Bolsonaro poderá tentar um golpe ‘a la Trump’ e, independentemente do resultado da contagem de votos, se proclamará vencedor das eleições e insuflará as massas bolsonaristas a tomar as ruas.
Esta alternativa pode parecer muito esquisita, mas, sinceramente, não é mais [esquisita] do que algumas coisas acontecidas no Brasil desde 2013.
Uma coisa é certa: Bolsonaro vai tentar de tudo para permanecer no Palácio do Planalto e precisamos estar preparados para enfrentá-lo.