O corre-corre no aeroporto de Brasília foi grande.
No início, uns disseram que tratava-se de ‘um ataque terrorista’. Para outros, mirando a crise econômica que espalha fome e desespero por toda a parte, era ‘um assalto’. Para outros, alertados para a movimentação política dos quartéis, era ‘o início do golpe de Estado’.
Não era nada disso.
Foi apenas uma consequência (das menos graves, diga-se de passagem) do estímulo ao armamento civil impulsionado pelo governo Bolsonaro. Um bolsonarista raiz, destes envolvidos em falcatruas, homofóbico, violento, arrogante, que se diz homem-de-deus – um certo Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro-, tentava viajar armado e, ao fazer o check-in no balcão da companhia, seu revólver disparou por acidente. A polícia federal entrou em ação, mas ao saber da origem social e política do atirador, ao invés de suspeito de terrorismo, concluiu tratar-se de um homem-de-bem e o liberou.
Não precisou sequer de uma graça presidencial. Bastou a vontade do superintendente da Polícia Federal.