Espero ter ouvido mal, mas ao anunciar a prisão da camarilha envolvida diretamente no mando do assassinato da vereadora Marielle Franco, o ministro Ricardo Lewandowisk insinuou que o caso estava resolvido e disse que a Polícia Federal tinha encerrado as operações.
Como?
O ministro deve estar enganado, pois, especialmente pelo envolvimento do secretário de segurança do Rio de Janeiro, o caso Marielle Franco se mostra como uma espécie de ‘pontinha do iceberg’, indicando a necessidade de reabertura de casos adormecidos ou de desfecho suspeito e, seguramente, [a necessidade]?de uma completa depuração da administração pública carioca.
Ampliando a sensação de desesperança, ao aparente desleixo demonstrado por Lewandowisk, soma-se a opinião do presidente Artur Lira de tratar-se de ‘um caso sensível’ e o comportamento da bancada bolsonarista presente na CCJ da Câmara dos Deputados – que, ao apreciar a decisão do STF de mandar prender o deputado-assassino Brasão, ao invés de concordar prontamente com a medida, ‘pediu vistas’ ao processo, em atitude protelatória de alguma conivência com o crime.
Será que, no entender do presidente da Câmara e dos deputados bolsonaristas, a imunidade parlamentar se estende aos crimes de morte?
De qualquer forma, a esperança de que a memória de Marielle Franco não será traída, falando do seu novo gabinete no STF, o ministro Flávio Dino disse que o caso Marielle Franco tem a ‘configuração de autêntico sistema criminoso’ e que a investigação pode se desdobrar em outros inquéritos.
Que assim seja!
O Rio de Janeiro e seu povo maravilhoso não merecem estar sujeitos ao crime que parece inspirar todas as instâncias do governo ali estabelecido.
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