“Vocês viram a pesquisa?” Esta pergunta é a fórmula certa para irritar um bolsonarista. Coitados! Ainda refugiados na ridícula tese da ‘fraude das urnas eletrônicas’, que se esgarça a cada dia, os apaixonados por Bolsonaro alimentam as últimas esperanças num pretenso efeito mágico e imediato das PEC’s eleitorais que, ao arrepio da lei e de algum desarranjo da Economia, vão jogar R$ 41 bilhões no bolso dos necessitados nesta reta final da campanha.
É cedo para se avaliar o impacto das PEC’s eleitorais nas próximas pesquisas, mas, independentemente de qualquer coisa, o jeito-Bolsonaro-de-ser-e-de-governar já produziu alguns números definitivos.
No que diz respeito a ações contra Jair Bolsonaro, até hoje, nas gavetas do presidente da Câmara dos Deputado Arthur Lira, dormitam 145 pedidos para seu impeachment; na Procuradoria Geral da República, o PGR Augusto Aras bloqueia o andamento de 74 pedidos de investigação. Outros números eloquentes marcam a gestão Bolsonaro: já são quase 700 mil mortos pelo coronavírus, 33 milhões de brasileiros passam fome no país. Muitos outros números são concretos e, ao permitir comparações com ‘os tempos do petê’, justificam a atual debacle eleitoral de Bolsonaro. Vejamos: em 2014, o dólar era R$ 2.50, hoje é R$ 5.40; em 2014, o Brasil era a 6ª maior economia do planeta, hoje é a 15ª; em 2014, o quilo de feijão era R$ 4.00, hoje é R$ 8.00.
Mas, não é apenas isso.
Ao longo do seu mandato, Jair Bolsonaro fez e disse muita besteira. Lembram quando Bolsonaro (ele ainda não era presidente na ocasião) disse que ‘A Ditadura matou pouco, tinha que ter matado 30 mil’, ou, falando sobre o golpe contra a presidente Dilma Rousseff, “Espero que a Dilma saia infartada ou com câncer”, ou, falando sobre mortos por coronavírus, imitou uma pessoa sem ar?
Mais do que o amor nutrido pelos brasileiros por Lula, as pesquisas de hoje refletem a ojeriza despertada pelo desastre Bolsonaro.
Ainda bem que o mandato de Jair Bolsonaro está no fim.