Vejam no que dá brincar com a política. Influenciados pela campanha mundial movida pela ultradireita para desacreditar a política, em setembro de 2019, os ucranianos elegeram o comediante Volodymyr Zelenskiy – que, sintomaticamente, interpretava um personagem que acidentalmente virava presidente da Ucrânia. De imediato, o paspalho caiu nas garras de Donald Trump, que passou a impregnar a política do país com valores neonazistas e contrários a Rússia. Daí ao Volodymyr Zelensky aceitar transformar a Ucrânia numa grande base militar dos EUA foi um passo. A articulação teria dado certo se não fosse o governo russo, que, exercido por políticos experimentados, logo percebeu a movimentação. Pois bem. Agora, fustigado pelos russos, o comediante percebeu que o apoio acenado pelos EUA não é verdadeiro. Se quiser, como disse na campanha eleitoral, o bem da Ucrânia, Volodymyr Zelensky precisa renunciar à presidência e entregar o comando do país a alguém que não queira transformá-lo em ponta de lança norte-americana contra a Rússia. De qualquer forma, a guerra começou e, como em todas elas, já matou a verdade, abrindo terreno para a prosperidade das Fakenews que tentam modular a opinião pública.