De modo geral, podemos dizer que – tendo em vista as influências recíprocas exercidas mutuamente pelos membros de uma coletividade -, de alguma forma, todos e cada um são uma espécie de ‘soma’ dos demais.
Esta condição é mais nítida nos líderes, os quais, especialmente nas primeiras fases da jornada, de forma deliberada, além das influências naturais, ainda costumam ‘imitar’ aqueles aos quais atribuem valores positivos.
Assim, é natural que, além das características gerais da coletividade, um líder apresente facetas ‘importadas’ de seus mentores e parceiros.
Além disso, em fenômeno referido genericamente como ‘domínio do fato’ (muito usado (indevidamente, diga-se de passagem) nas fases preparatórias do golpe de 2016), ao chefe é atribuído o conhecimento de tudo aquilo que acontece sob a sua ‘jurisdição’.
Por tudo isto, podemos afirmar que o presidente Jair Bolsonaro não só é um extrato da comunidade da qual emergiu, mas, também, representa um pedacinho daqueles que o empoderam e circundam. Na realidade, em função das intensas relações que os ligam, inclusive por efeitos associados à imitação e transferência, os liderados costumam pensar e agir como se fossem os próprios líderes. Por tudo isso, podemos afirmar que, inspirado e inspirando cada uma das suas partes, Bolsonaro é um pouco de gente como Daniel Silveira, Eduardo Pazuello, Frederick Wasseff, Abraham Weintraub, Milton Ribeiro, Capitã Cloroquina, Kelmon, Malafaia, Augusto Heleno, Fabrício Queiroz, Marco Feliciano, Roberto Jefferson, Pedro Guimarães, Adriano da Nóbrega, Ricardo Salles, Ronnie Lessa, Flordelis, Damares Alves, Arthur Lira, Ricardo Barros – os quais, por sua vez, sendo exemplo de arrogância, violência, desonestidade e tudo o que não presta,
tentam imitá-lo, sendo um pouco dele próprio.
No fundo, todas estas personagens são a mesma coisa e compartilham pecados entre si, servindo de exemplo de tudo o que não presta.
Ainda bem que o tempo inspirado por esta gente está no fim.