Como disse Lula (e foi crucificado pela grande mídia por isso), Democracia é um conceito relativo e, guardando características que a diferencia das diversas formas autoritarismo, assume formatos ajustados às possibilidades conjunturais e características locais, podendo/devendo sempre ser aperfeiçoada.
No Brasil, como na maioria dos países ditos ‘democratas’, a Democracia deixou de ser considerada uma forma de governo (governo de povo, pelo povo e para o povo) para ganhar ares de método de escolha. No fundo, sob a denominação genérica de ‘democracia representativa’, a Democracia brasileira (como a da maioria dos países ditos ‘democratas’) é uma especie de Aristocracia na qual as pessoas assumem a condição [de aristocrata] através de ‘eleições democráticas’ – pleitos sempre sujeitos à manipulação, seja por fraude eleitoral (como era comum no passado), seja pelas modernas formas de contaminação (uso de Lawfare, fakenews, inteligência artificial, etc).
Naturalmente, para possibilitar o máximo aproveitamento das suas potencialidades, a Democracia precisa ser aperfeiçoada.
Assim, iniciar o processo de aperfeiçoamento, além de atinar que Democracia não é um método de escolha (e sim uma forma de governo), é preciso saber que a ‘Democracia representativa’ não representa um ideal democrático, pois, sendo exercida através de pequenos colégios de representantes, na realidade, [a Democracia representativa] constitui uma ‘aristocracia democrática’.
De qualquer forma, aperfeiçoar a Democracia não é coisa fácil, pois envolve muitos interesses.
O processo é longo e complexo, mas precisa começar por um ‘primeiro passo’.
Se, por razões culturais ou políticas, não for possível o restabelecimento da Democracia plena, os esforços para seu aperfeiçoamento [aperfeiçoamento da Democracia] podem começar por uma certa ‘democratização’ dos colégios de representantes – condição que pode ser buscada, por exemplo, através da ampliação do número de representantes (vereadores, deputados e senadores).
‘Como?’ perguntarão os satisfeitos (ou acomodados) com o elitismo prevalecente na Democracia Representativa e alegarão toda sorte de dificuldades, inclusive os custos.
Lembrados dos desvios cometidos por certos políticos – o senador Flávio Bolsonaro, por exemplo, para justificar despesas estranhas em sua ‘prestação de contas’, fingiu não saber da existência de e-mails e WhatsApp e disse ter gasto R$ 120.500,00 com a ‘remessa de cartas e telegramas’ – perguntarão: ‘Ora, se já é dispendioso manter 500 deputados, o quê não aconteceria se este número aumentasse?’.
Ora, se o percentual orçamentário repassado às casas legislativas permanecer o mesmo, não haverá qualquer impacto (o valor de sempre apenas seria rateado com o numero maior de parlamentares e, individualmente, cada um receberia menos).
Quanto aos desvios (como este apontado no senador Flávio Bolsonaro) caberia (como já cabe) aos sistemas de controle e fiscalização zelar pela lisura do processo.
Uma coisa é certa: a Democracia precisa ser aperfeiçoada e, conforme visto por toda a parte a chamada ‘Democracia representativa’ não representa um ideal democrático.
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