‘Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei.No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar’.
Este é um das mais belas obras do poeta alemão Martin Niemöller, ganhador do Prêmio Lenin da Paz em 1966.
O poema destaca o desastre que pode advir da apatia e da indiferença.
A cada dia, todos e cada um são submetidos a provações e, quase sempre, todos e cada um são reprovados no quesito solidariedade social.
Agora, por exemplo, ao lado de muitas e muitas outras situações que põem à prova os compromissos sociais da Humanidade, seguindo a trilha aberta pelo governador paranaense Ratinho Jr, o governador Tarcísio de Freitas anunciou que deseja privatizar as escolas públicas de São Paulo.
Um escândalo (mais um)!
Apesar do perigo embebido na proposta, são poucas as reações em sua oposição.
Da mesma forma como tratado no poema, pessoas estão se dizendo ‘isso não é no meu Estado’ ou ‘não mais tenho filhos ou parentes em idade escolar’ e todo um rosário de desculpas para não se envolver na questão.
Mas, e quando fecharem as praias? E quando vierem a propor a privatização de todas as escolas públicas? E quando quiserem privatizar os sistemas públicos de saúde? E quando quiserem privatizar as polícias militares? E quando quiserem entregar o País aos ricos?
Se a sociedade não reagir às iniquidades cometidas e prometidas pelos egoistas, vai chegar o dia no qual as forças sociais estarão tão diluídas que já não terão como resistir ao seu avanço [avanço dos egoistas]. A hora da reação é agora.
Que cada um, ao seu modo e segundo suas possibilidades, erga a sua barricada e a sua trincheira de luta para enfrentar os egoistas que querem o mundo só para si. Nós somos o outro e todos são um só.
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