A disposição do presidente Jair Bolsonaro permanecer na presidência da república do Brasil é plenamente conhecida por todos. Não apenas pela apresentação da recandidatura – um método legal e democrático -, mas, também, por outras atitudes que ultrapassam os limites da legalidade e da moralidade (como as PEC’s para baixar preços de derivados de petróleo e para distribuir dinheiro aos necessitados com validade até 31 de dezembro) e, mesmo, que conspurcam a Democracia.
Como outros líderes fascistas, Bolsonaro está pouco preocupado com o mal causado às pessoas e ao País pela sua presença no mais alto cargo da nação. Ele continuar no poder não só para escapar da prisão (que o aguarda quando do retorno à planície), mas, também, para dar continuidade ao desmonte da Economia e do patrimônio público nacional.
As atitudes de Bolsonaro são tão desesperadas que, há muito, transbordaram as fronteiras do Brasil. Fortes indicadores apontam que, em investidas fracassadas na busca de apoios internacionais, Bolsonaro se humilhou e, mesmo oferecendo reciprocidades questionáveis, ouviu NÃO’s de Vladimir Putin e, depois, de Joe Biden.
A reação da comunidade internacional à continuidade de Bolsonaro na presidência do Brasil cresce à medida que mais pessoas conhecem o jeito-Bolsonaro-de-ser, em episódios como aquele no qual cancelou um almoço com o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa.
Aliás, um grande indicador da repulsa internacional a Bolsonaro e ao golpe militar que prepara em conluio com o seu ministro da Defesa nos chega dos EUA. Nos últimos dias, deputados democratas – Tom Malinowski, Albio Sires, Joaquin Castro, Susan Wild, Ilhan Omar e Hank Johnson – apresentaram emenda para excluir o Brasil da rubrica ‘assistência de segurança’ prestada pelos EUA no “caso as Forças Armadas Brasileiras interfiram nas eleições deste ano”.
O receio dos norte-americanos é maior por conta das atitudes golpistas tentadas pelo ex-presidente Donald Trump, um dos ídolos de Jair Bolsonaro. Vale lembrar que, desde o ano passado, uma Comissão Especial da Câmara investiga a invasão do Capitólio, em Washington DC, em 06 de janeiro de 2021, por partidários de Trump com o objetivo de impedir a solenidade de ratificação da vitória de Joe Biden, forçando o vice-presidente Mike Pence e o Congresso a rejeitar o resultado das eleições sob a alegação de que teria havido fraude das apurações. O golpe deu errado e, num gesto tresloucado, Donald Trump chegou a cogitar a expedir um decreto presidencial para se auto-indultar. Vale acrescentar que, com o objetivo de ‘não sair das quatro linhas’ e manter a iniciativa dentro da Lei, o golpista Donald Trump contou com a assistência jurídica do advogado e conselheiro da Casa Branca Pat Cipollone.
Neste aspecto, as coisas no Brasil são diferentes, pois, ao que parece, talvez achando que o país seja a república de bananas por ele desejada, Bolsonaro não tem tomado qualquer providência para manter-se nos limites da lei e vem praticando e propondo várias ilegalidades – desde a antecipação de campanha eleitoral até a proposta de leis que violam a legislação eleitoral, passando por obstrução de justiça e ‘otras cositas mas’ – constrangendo o povo e o poder judiciário brasileiros.
Neste sentido, em entrevista concedida em Washington na 4ª feira passada, dia 06/07/2022, o ministro Edson Fachin, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, afirmou que “o Brasil pode registrar um episódio ainda mais grave do que a invasão do Capitólio”.
Naturalmente, além da vontade do eleitor, que vem manifestando a sua rejeição a Bolsonaro em todas as pesquisas de intenção de voto, as autoridades eleitorais têm tomado providências para garantir o resultado das eleições brasileiras, como, por exemplo, os acordos firmados com a União Europeia e com a Organização dos Estados Americanos para a presença de observadores internacionais para acompanhar e atestar a lisura do pleito presidencial.
Bolsonaro não quer sair do Planalto, mas, se tudo correr como esperado, em 1º de janeiro de 2023, já sob nova administração, o Brasil estará de volta a trilha do crescimento econômico e desenvolvimento social.